segunda-feira, 30 de julho de 2012


Todos nós precisamos dos outros, eu sei. Precisamos de pessoas para fazerem nossas roupas, nossa comida, nossas casas, nossos caminhos, e também companhia. Eu gosto das pessoas. De vê-las nas ruas, ocupadas, andando determinadas como se andassem direto para seus objetivos. De vê-las com a família, amigos, sorrindo, como se nunca tivessem sofrido. Eu sinto falta de pessoas. Mas do que de pessoas, eu sinto falta da ligação que só elas conseguem fazer. Só outro ser humano pra entender um ser humano. Eu preciso de pessoas. Mas existem tantas pessoas, que talvez elas não precisem de mim. A humanidade é tão grande, e o que eu tenho pra oferecer? A falta de pessoas a minha volta me diz: não muito. Queria ser mais humana, acho que quanto mais humano alguém é, menos medo ele tem de ser humano. Parece bobo, mas não é. Eu tenho medo de ser humana, de falhar, de ser chata, de chorar, de depender. Tenho medo de decepcionar. Eu queria alguém que gostasse de mim como a humana que eu sou. Porque além de gostar das pessoas em cena, nas ruas, eu gosto de imaginar no ator por traz delas. Nos motivos, nos anseios. Qual o sentido então do meu medo de ser identificada por elas, enxergada por elas? Tudo isso é porque eu gosto das pessoas, e eu tenho medo que, se eu fechar as cortinas, se eu me mostrar humana, eu seja humana demais.

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